sábado, 4 de março de 2017

EM LAJES >> Município oferece oportunidade de estágio para estudantes de nível médio e superior

VIDA PARA O NORDESTE >> O sertão virou mar graças a Lula

Sertânia PE : moradores comemoram chegada de água e tomam banho no canal da Transposição do Rio São Francisco. Mesmo durante muito tempo "alguns" terem apostado que isso nunca aconteceria!


PREVISÃO DO TEMPO >> EMPARN prevê redução das chuvas nos próximos dias

Resultado de imagem para EMPARN prevê redução das chuvas nos próximos diasPelo menos até o fim da próxima semana (por volta do dia 10 de março), as chuvas deverão diminuir de intensidade, voltando a chover mais forte na segunda quinzena de março e no mês de abril, segundo a previsão da meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN). 
Nos últimos dias, as chuvas foram provocadas pela proximidade da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). O mês de março é tradicionalmente de elevada média pluviométrica, com rajadas de ventos e chuvas fortes.
Na quinta-feira, 02, em Natal, foram registradas chuvas fortes distribuídas por várias regiões, como na Zona Norte, com 123 milímetros (mm) e, em Ponta Negra, com 75mm. Os pluviômetros do CEMADEN (Centro Nacional de Monitoramento e Desastres Naturais) que tem uma parceria com a EMPARN, registraram as fortes chuvas em toda a cidade.
No interior, desde a manhã de quinta até a manhã desta sexta-feira, 03, choveu mais forte no Oeste potiguar. Em 75 postos pluviométricos foram registradas boas chuvas em Campo Grande, 37,3 milímetros (mm); Jucurutu, 30,2mm; Ipanguaçu, 27,6mm; São Rafael, 26,6mm e  Pendências, 25,8mm. Choveu ainda em Assu, Campo Grande, Baraúna, Alto do Rodrigues, Felipe Guerra, Porto do Mangue, Paraú, Upanema e Mossoró, entre outros municípios.
Na mesorregião Central, choveu mais forte em Cruzeta, com 47,3mm; Guamaré, 26,5mm; São Bento do Norte, 17mm e Equador, 11,9mm. Choveu ainda em São José do Seridó, Florânia, São Fernando e Caicó.
Na mesorregião Leste/Agreste choveu forte em Bom Jesus, 53,4mm; Monte Alegre, 45mm; Vera Cruz, 36,4mm; Passa e Fica, 15,4mm e Bento Fernandes, 13,0mm. Também choveu em São Paulo do Potengi, Boa Saúde, Serrinha, Sitio Novo, Barcelona, Parazinho e Tangará. A maior chuva foi em São Gonçalo do Amarante (Base Física da EMPARN), com 101,1mm; seguida de Baía Formosa, com 97mm; Extremoz, 91,2mm e Parnamirim, 78,2mm.
Com informações da EMPARN. 

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO >> Saúde anuncia ampliação de público alvo para seis vacinas

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O Ministério da Saúde anunciou hoje (3) a ampliação do público-alvo para seis doses que integram o Calendário Nacional de Vacinação - tríplice viral, tetra viral, dTpa adulto, HPV, meningocócica C e hepatite A.
As mudanças, segundo a pasta, têm como objetivo aumentar a proteção de crianças, garantindo elevada cobertura vacinal, além de ampliar a imunidade de adolescentes e diminuir a circulação de doenças na população.
"Não adianta a vacina estar disponível no posto de saúde. É necessário que pelo menos 95% das crianças do município recebam a dose", destacou a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Carla Domingues.
Entre os adultos, a meta é manter a eliminação do sarampo e da rubéola e diminuir o número de casos de caxumba e coqueluche.
Confira como fica a aplicação das seis vacinas após as alterações:
- Hepatite A: passa a ser disponibilizada para crianças até 5 anos. Antes, a idade máxima era 2 anos. A vacina, segundo o ministério, é considerada altamente eficaz, com taxas de soroconversão de 94% a 100%.
- tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela): este ano, para crianças, há ampliação da oferta da dose, que passa a ser administrada de 15 meses até 4 anos. Antes, a aplicação era feita entre 15 meses e menores de 2 anos. A recomendação é uma primeira dose da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) aos 12 meses e uma segunda dose a tetra viral aos 15 meses.
- HPV: a partir de 2017, será ofertada também para meninos. Desde 2014, a dose é oferecida a meninas de 9 a 13 anos. No próximo ano, público alvo vai incluir ainda meninas de 14 anos. Este ano, além dos meninos, a vacina será oferecida a homens que vivem com HIV e aids entre 9 e 26 anos e para imunodeprimidos, como transplantados e pacientes oncológicos.
- meningocócica C: passa a ser disponibilizada para adolescentes de 12 e 13 anos. A faixa etária será ampliada gradativamente até 2020, quando serão incluídos crianças e adolescentes de 9 a 13 anos. O esquema vacinal será de um reforço ou uma dose única, conforme situação vacinal.
- dTpa adulto (difteria, tétano e coqueluche): passa a ser recomendada para as gestantes a partir da 20ª semana. As mulheres que perderam a oportunidade de se vacinar durante a gravidez devem receber a dose durante o puerpério (até 40 dias após o parto). A medida busca garantir que os bebês já nasçam protegidos contra a coqueluche por conta de anticorpos transferidos pela mãe ao feto frente a gestação.
- tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola): este ano, será introduzida a segunda dose da vacina para a população de 20 a 29 anos. Anteriormente, a segunda dose era aplicada apenas em pessoas com até 19 anos. A mudança leva em consideração surtos de caxumba registrados nos últimos anos no país, sobretudo entre adolescentes e adultos jovens. As duas doses passam a ser indicadas para pessoas de 12 meses a 29 anos. Para adultos de 30 a 49 anos, permanece a indicação de apenas uma dose.
Calendário
Atualmente, são ofertadas gratuitamente via Sistema Único de Saúde (SUS) 19 vacinas recomendaras pela Organização Mundial da Saúde. Por ano, são disponibilizadas na rede pública cerca de 300 milhões de doses de imunobiológicos que combatem mais de 20 doenças.
De acordo com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, a previsão de investimentos na área, em 2017, é da ordem de R$ 3,9 bilhões. "Com este calendário ampliado, além de incluir novas doses, estamos permitindo que elas sejam tomadas em um período maior. O objetivo é que um maior percentual da população esteja imunizada", disse.
Segundo ele, as alterações só foram possíveis em razão de uma economia de R$ 66,5 milhões obtida a partir da negociação de três vacinas: hepatite B, HPV e dTpa. Barros disse ainda que a eficiência de gestão também garantiu a compra de 11,5 milhões de doses extras da vacina contra a febre amarela.

sexta-feira, 3 de março de 2017

AGENDA DE LUTA >> Dia 08/03 tem assembleia unificada do Estado e municípios e Marcha das Mulheres


A quarta-feira (08/03), Dia Internacional da Mulher, será marcada por duas grandes atividades. A primeira será uma assembleia unificada do Estado e municípios com indicativo de Greve Geral Nacional da Educação, convocada pela direção do SINTE/RN.
A assembleia acontece às 14h, na ASSEN. Além da greve da educação, o Dia Internacional da Mulher será pautado.
Uma outra assembleia unificada já está marcada para dia 15 de março.
MARCHA DAS MULHERES
Logo após a assembleia, às 15h, será realizada a Marcha das Mulheres Contra a Reforma da Previdência. A atividade está sendo organizada por diversas entidades. A concentração será em frente ao INSS da Rua Apodi, no Centro de Natal/RN.

O AGRO É POP E TAMBÉM MATA >> Frei Gilberto é ameaçado de morte e recebe solidariedade de organizações de todo país

















A região da Serra do Brigadeiro, situada na Zona da Mata de Minas Gerais, é conhecida nacionalmente por sua rica biodiversidade, amplas áreas preservadas de Mata Atlântica.
(Fonte: Da Página do MST | Imagem: Diocese de Leopoldina) 
Mais de 70 organizações, movimentos sociais, populares e sindicais assinam nota em solidariedade ao Frei Gilberto Teixeira que foi ameaçado de morte no último dia 19 de fevereiro, em razão de sua atuação contrária a ampliação dos projetos de mineração de bauxita na da Serra do Brigadeiro em Minas Gerais, distrito de Belisário (Muriaé-MG).
Após a celebração de uma missa, Frei Gilberto, franciscano da Fraternidade Santa Maria dos Anjos e responsável pela Paróquia de Belisário, foi abordado por um homem armado que o ameaçou devido aos seus posicionamentos contrários aos projetos das mineradoras na região.
As organizações signatárias da Nota de Solidariedade repudiam a ameaça e exigem dos órgãos “a garantia de segurança à vida e do direito de lutar pelas causas coletivas. Ao mesmo tempo expressamos nosso total apoio e solidariedade ao companheiro Frei Gilberto e aos sujeitos que se dedicam na luta em defesa do território da Serra do Brigadeiro contra os interesses do capital mineral na região”.
A região da Serra do Brigadeiro, situada na Zona da Mata de Minas Gerais, é conhecida nacionalmente por sua rica biodiversidade, amplas áreas preservadas de mata atlântica, belezas naturais e uma agricultura familiar e camponesa consolidada com forte matriz agroecológica.
Além disso, a região abriga a segunda maior reserva de bauxita do país, o que despertou, desde a década de 80, o interesse de mineradoras em explorar as jazidas minerais objetivando o lucro sem se importar com as consequências nefastas da mineração na região.
 Confira a íntegra da nota: 
 Nota de solidariedade ao Frei Gilberto e à luta contra a mineração na Serra do Brigadeiro
A região da Serra do Brigadeiro, situada na Zona da Mata de Minas Gerais, é conhecida nacionalmente pela sua rica biodiversidade, amplas áreas preservadas de mata atlântica, belezas naturais e uma agricultura familiar e camponesa consolidada com forte matriz agroecológica. Além disso, a região abriga a segunda maior reserva de bauxita do país, o que despertou, desde a década de 80, o interesse de mineradoras em explorar as jazidas minerais objetivando o lucro sem se importar com as consequências nefastas da mineração na região. 
Dentre as mineradoras que atuam na região, a principal delas é a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), que no último período tem intensificado a pressão nas comunidades para a expansão do empreendimento e exploração dos territórios.
Apesar da CBA utilizar inúmeras estratégias de má fé para enganar as famílias, as comunidades não têm aceitado a possibilidade da perda de seus modos de vida para um projeto de mineração que nada tem a oferecer ao bem-estar social local. Nesse sentido, diversas organizações, entre movimentos populares, sindicatos, pastorais sociais, grupos religiosos, ONG’s e pesquisadores tem atuado conjuntamente na defesa do território, construindo lutas e fazendo resistência aos intentos dos interesses do capital mineral em saquear o território. 
No último período, diversas ações foram realizadas na região da Serra do Brigadeiro para denunciar e repudiar a atuação da CBA. Estas ações têm gerado cada vez mais a ampliação da consciência das comunidades locais sobre os impactos e riscos da chegada deste modelo de mineração e ao mesmo tempo gerado também reações de coação às lutas e, até mesmo, ameaças aos sujeitos envolvidos na defesa do território. 
No último domingo, dia 19 de fevereiro, o companheiro Frei Gilberto, franciscano da Fraternidade Santa Maria dos Anjos do distrito de Belisário (Muriaé - MG), ao finalizar a celebração da missa de domingo foi covardemente abordado por um pistoleiro armado que o ameaçou devido aos seus posicionamentos contrários aos projetos pretendidos pelas mineradoras.
O pistoleiro enfatizou em sua abordagem que naquele momento era só um aviso, mas que, se o Frei Gilberto continuasse atuando junto aos movimentos de resistência e se posicionando contra a mineração ele retornaria para matá-lo. Além da ameaça à vida, o pistoleiro ainda sinalizou que Frei Gilberto está sendo monitorado de perto: forneceu informações sobre todas as viagens recentes e ainda sabia conteúdo da fala do Frei em diversos eventos. O que pode significar que o Frei Gilberto está sendo grampeado e seguido em todas suas ações. 
 Diante do episódio, manifestamos publicamente o repúdio ao tal acontecimento e exigimos dos órgãos responsáveis a garantia de segurança à vida e do direito de lutar pelas causas coletivas. Ao mesmo tempo expressamos nosso total apoio e solidariedade ao companheiro Frei Gilberto e aos sujeitos que se dedicam na luta em defesa do território da Serra do Brigadeiro contra os interesses do capital mineral na região.
Muriaé – MG, 23 de fevereiro de 2017. 
  1. Associação Franciscana Santa Maria dos Anjos
    2. Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM)
    3. Comissão Pastoral da Terra (CPT)
    4. Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Miradouro
    5. Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barão do Monte Alto, Rosário de Limeira e Muriaé
    6. Associação de Pequenos Agricultores de Miradouro
    7. Levante Popular da Juventude
    8. Consulta Popular
    9. Instituto Universo Cidadão
    10. Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
    11. Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST)
    12. CRESOL Fervedouro
    13. CEIFAR – ZM
    14. Comissão de Justiça e Paz
    15. Mandato Coletivo e Participativo Deputado Federal Padre João
    16. Mandato Deputado Estadual Rogério Correia
    17. Mandato Deputado Estadual André Quintão
    18. Mandato Vereador de Rosário de Limeira Davi Aparecido de Oliveira
    19. Escola Nacional de Energia Popular (ENEP)
    20. Movimento Evangélico Popular Eclesial (MEPE)
    21. Escola Família Agrícola da Serra do Brigadeiro (EFASB)
    22. Escola Família Agrícola Puris
    23. Escola Família Agrícola Dom Luciano
    24. Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens (NACAB)
    25. Centro Alternativo de Formação Popular Rosa Fortini
    26. Cáritas Diocesana de Leopoldina
    27. Comitê Estadual (MG) da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
    28. FOMENE
    29. Rede SAPOQUI
    30. Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Palma
    31. Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Patrocínio de Muriaé
    32. CASA - Centro de Análise Socioambiental
    33. NEA - Núcleo de Estudos em Agroecologia
    34. NETTE - Núcleo de Estudos em Educação, Tecnologia e Trabalho
    35. Ação Franciscana de Ecologia e Solidariedade (AFES)
    36. Intersindical - Central da Classe Trabalhadora
    37. Pastoral da Juventude Rural (PJR)
    38. Projeto de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens e Mineração (PACAB)
    39. CUT - MG
    40. Sindute - MG
    41. Grupo Rede Congonhas
    42. Unaccon - União das Associações Comunitárias de Congonhas
    43. Marcelo Leles Romarco de Oliveira, professor Dr. do DER-UFV e Coordenador do projeto de Assessoria a Comunidades Atingidas por Barragens e Mineração-PACAB
    44. Programa de Extensão Mineração do OuTro: Programa Marxista de cultura e Crítica Social'
    45. Kathiuça Bertollo - Professora da UFOP
    46. Fonasc - Fórum Nacional de Solidariedade Civil na Gestão de Bacias Hidrográficas
    47. Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia - Sinfrajupe
    48. Serviço SVD de Jupic
    49. GESTA - Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais - da UFMG
    50. GEPSA/UFOP (Grupo de Estudos e Pesquisas Sociambientais da UFOP)
    51. Rede Ambiental do Piauí-REAPI
    52. REAJA - Rede de Articulação e Justiça Ambiental dos Atingidos Projeto Minas-Rio
    53. Brigadas Populares
    54. Coletivo Margarida Alves de Assessoria Popular
    55. IBEIDS - Instituto brasileiro de Educação Integração e Desenvolvimento Social
    56. Observatório dos Conflitos no Campo (OCCA)/UFES
    57. Rede Justiça nos Trilhos
    58. IBASE
    59. Fórum Mudanças Climáticas
    60. Justiça Social
    61. Comissão Pró-Índio de São Paulo
    62. Associação Alternativa Terrazul
    63. FBOMS – Fórum Brasileiro de Ongs e Movimentos Sociais para o Meio
    64. Rede Igrejas e Mineração
    65. Justiça Global
    66. Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração
    67. Grupo Tortura Nunca Mais (Bahia)
    68. CDDH da Serra - ES
    69. Sociedade Maranhense de Direitos Humanos - SMDH
    70. Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos - CBDDH
    71. Justiça Global
    72. Inesc – Instituto de Estudos Socioeconômicos
    73. Grupo Política, Economia, Mineração, Ambiente e Sociedade (PoEMAS)

INFRAESTRUTURA >> A malha rodoviária do RN

Infraestrutura Rodoviária do Rio Grande do Norte
 Rodovias Federais         Rodovias Estaduais


Fonte: Departamento de Estradas e Rodagem/RN, 2012.

A malha rodoviária do Rio Grande do Norte é constituída de forma a ligar a Região Metropolitana de Natal, por onde passam as principais rodovias, ao restante do Estado. Ela é importante para a integração estadual, e há uma ampla rede de rodovias estaduais que conectam os municípios potiguares às rodovias federais.

A malha rodoviária potiguar também é muito utilizada para o transporte de cargas para os portos de Pecém, no Ceará, Cabedelo, na Paraíba e Suape, em Pernambuco, a fim de contornar as limitações de acesso de cargas ao porto de Natal. Em alguns casos, a localização estratégica do Rio Grande do Norte, em um limite do território brasileiro, permite também baratear o transporte pela contratação de fretes de retorno, aproveitando caminhões que retornariam vazios às suas origens.
Os principais eixos rodoviários federais do Estado são:
  • BR-101: é responsável por ligar o Rio Grande do Norte à Paraíba e a outros 20 estados brasileiros, saindo do município de Touros, no Litoral Norte, e passando pelo porto de Natal;
  • BR-226: inicia-se no Rio Grande do Norte e termina no estado de Tocantins, ligando o porto de Natal às zonas de Caicó e Currais Novos, passando pelo Agreste;
  • BR-304: liga o Rio Grande do Norte ao Ceará, com início em Parnamirim, na Região Metropolitana de Natal, e cruzando as Serras Centrais e a Zona Mossoroense;
  • BR-405: sem passar pela Região Metropolitana de Natal, vem da Paraíba para conectar Pau dos Ferros a Mossoró, permitindo a ligação entre o Alto Apodi e as demais zonas homogêneas do Estado;
  • BR-406: percorre apenas o Rio Grande do Norte em um trecho que conecta Natal a Macau, cidade relevante pela produção de sal.
Além da BR-405, há ainda duas rodovias federais que não passam pela Região Metropolitana de Natal. A BR-104 vai do município potiguar de Macau até Maceió, em Alagoas, passando pela zona homogênea das Serras Centrais. A BR-427 se inicia em Currais Novos, passando por Caicó para adentrar o interior da Paraíba, cobrindo o Seridó potiguar.
Em termos de rodovias estaduais, o Rio Grande do Norte conta com 2.863 km, sendo que 40,3% dessas estradas ainda não foram pavimentadas, o que demonstra um potencial de otimização do transporte rodoviário e de integração dos municípios dentro de cada região do Estado, garantindo que os centros regionais ampliem sua abrangência e sua relevância na economia potiguar.
A condição das estradas do Rio Grande do Norte, federais ou estaduais, é melhor que a de seus concorrentes regionais. Um estudo da Confederação Nacional do Transporte revela que 45,5% das rodovias do Estado estão em ótimo ou bom estado, um percentual superior à média do Nordeste, que é de 34,6%. Contudo, a qualidade é muito desigual, sendo as vias federais bem melhores que as estaduais.



quinta-feira, 2 de março de 2017

A VERDADE QUE A EDUCAÇÃO ELITISTA OMITE >> Canudos: Um modelo social que até amedronta Brasil das elites!



Canudos incomodou a todos: era uma nova maneira de viver no sertão. É certo que o arraial não chegou a representar uma forma de vida igualitária. Mas é certo também que se tratava de uma experiência social e política distinta: o trabalho no arraial baseava-se no princípio de posse e uso coletivo da terra, e na distribuição do que nela se produzia. O resultado da produção era dividido entre o trabalhador e a comunidade, a autoridade religiosa do Conselheiro não dependia do reconhecimento da Igreja Católica, e Canudos não estava submetido nem aos proprietários de terra nem aos mandões locais. 

A República resolveu liquidar Canudos, enviando quatro expedições subsequentes. A última delas alcançou a região em março de 1897 e era composta de 421 oficiais e 6160 soldados armados até os dentes. Em outubro de 1897, o Exército garantiu que quem se rendesse sobreviveria. Mas o acordo não foi cumprido, e muitos dos homens, mulheres e crianças que se entregaram foram degolados. A foto de Flavio de Barros foi tirada minutos antes da matança geral e até hoje guarda as marcas da dor, do desespero e do desatino nas expressões. Como se vê, lá estavam sobretudo mulheres e crianças entregues às forças da República. No dia 5 do mesmo mês o arraial foi invadido, queimado com querosene e dinamitado. A República procurou converter Canudos num grande exemplo: da barbárie contra a civilização; do atraso contra a modernidade. 

Enfim o Brasil mostrava suas várias faces e a vertigem que ia criando entre realidades tão distintas. Não por acaso, nesse mesmo contexto, ganham fama chefes de bandos armados como Antônio Silvino, Lampião e Antônio Dó; personagens ambíguos, representativos de uma alternativa às relações de poder enraizadas na posse da terra, mas que também reproduziam as antigas marcas da violência e do arbítrio da história brasileira.


NOTA DE AGRADECIMENTO >> O Prefeito José Marques Fernandes (Marcão) emite nota pela realização do carnaval 2017 em Lajes

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Queremos agradecer hoje, em primeiro lugar a Deus! E depois aos inúmeros amigos e colaboradores que nos ajudaram a fazer essa grande festa popular do povo, que é O CARNAVAL!

Agradecer a todo o povo de Lajes e de outros municípios que vieram para a praça participar do carnaval da amizade, onde se comportaram muito bem e tivemos uma festa muito tranquila sem nenhuma ocorrência! Agradecer as polícias militar e civil, pelo grande empenho em nos proporcionar total segurança, ao ex prefeito e amigo Benes Leocádio sempre presente junto conosco e nos apoiando, ao nosso vice prefeito Márcio Nunes, aos nossos vereadores pelo apoio! 

As pessoas que ajudaram na ornamentação e estruturação da praça que ficou linda demais! Aos que ajudaram em toda a organização do evento, a toda nossa equipe, educação, saúde, assistencia social, obras e serviços urbanos, finanças, administração, esporte e lazer e agricultura, o nosso muito obrigado! 
 

Aos patrocinadores Erick Graciano, Adriano Paiva, Posto Odon na pessoa de Ângelo, a Agili contabilidade na pessoa de César Matos e a tantos outros o nosso muito obrigado! Talvez n tenha sido o carnaval que muitos queriam, mais foi o carnaval que podemos fazer! Com certeza conseguimos resgatar essa festa popular e cultural no nosso Município! Parabéns tbm a Cravina por mais uma realização do Zé Pereira! A Laureano Alves pelo grande campeonato de blocos realizado, levando muita gente ao ginásio de esporte! Enfim obrigado a todos que direta ou indiretamente nos ajudaram a fazer essa grande festa!

Fonte: Página do Facebook de  Jose Marques Fernandes Fernandes

ECOLOGIA >> O Meio Ambiente como aliado

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Muita gente se incomoda com a quantidade de mosquitos que aparecem no verão. Enquanto alguns recorrem ao fumacê, outros buscam a solução na natureza. 

Moradores da Pompeia, em São Paulo, aproveitaram algumas nascentes para instalarem lagos na região e, com a ajuda de um biólogo, criaram um ecossistema com sapos, peixes, caranguejos, insetos e camarões, ambiente capaz de acabar com a população de larvas de pernilongo comum e de Aedes aegypti, evitando o incômodo e as doenças transmitidas por esses insetos, um ótimo exemplo de solução baseada na natureza. 

É essencial ressaltar a importância do acompanhamento de um especialista nesse processo, pois a simples introdução de um predador para as larvas poderia criar outro desequilíbrio no ecossistema. 

Em tese de doutorado, pesquisadora denuncia a farsa da crise da Previdência no Brasil forjada pelo governo com apoio da imprensa



Com argumentos insofismáveis, Denise Gentil destroça os mitos oficiais que encobrem a realidade da Previdência Social no Brasil. Em primeiro lugar, uma gigantesca farsa contábil transforma em déficit o superávit do sistema previdenciário, que atingiu a cifra de R$ 1,2 bilhões em 2006, segundo a economista.
superávit da Seguridade Social – que abrange a Saúde, a Assistência Social e a Previdência – foi significativamente maior: R$ 72,2 bilhões. No entanto, boa parte desse excedente vem sendo desviada para cobrir outras despesas, especialmente de ordem financeira – condena a professora e pesquisadora do Instituto de Economia da UFRJ, pelo qual concluiu sua tese de doutorado “A falsa crise da Seguridade Social no Brasil: uma análise financeira do período 1990 – 2005” (clique e leia a tese na íntegra – livre de vírus).
Nesta entrevista ao Jornal da UFRJ, ela ainda explica por que considera insuficiente o novo cálculo para o sistema proposto pelo governo e mostra que, subjacente ao debate sobre a Previdência, se desenrola um combate entre concepções distintas de desenvolvimento econômico-social.
Jornal da UFRJ: A ideia de crise do sistema previdenciário faz parte do pensamento econômico hegemônico desde as últimas décadas do século passado. Como essa concepção se difundiu e quais as suas origens?
Denise Gentil: A ideia de falência dos sistemas previdenciários públicos e os ataques às instituições do welfarestate (Estado de Bem- Estar Social) tornaram-se dominantes em meados dos anos 1970 e foram reforçadas com a crise econômica dos anos 1980. O pensamento liberal-conservador ganhou terreno no meio político e no meio acadêmico. A questão central para as sociedades ocidentais deixou de ser o desenvolvimento econômico e a distribuição da renda, proporcionados pela intervenção do Estado, para se converter no combate à inflação e na defesa da ampla soberania dos mercados e dos interesses individuais sobre os interesses coletivos. Um sistema de seguridade social que fosse universal, solidário e baseado em princípios redistributivistas conflitava com essa nova visão de mundo. O principal argumento para modificar a arquitetura dos sistemas estatais de proteção social, construídos num período de crescimento do pós-guerra, foi o dos custos crescentes dos sistemas previdenciários, os quais decorreriam, principalmente, de uma dramática trajetória demográfica de envelhecimento da população. A partir de então, um problema que é puramente de origem sócio-econômica foi reduzido a um mero problema demográfico, diante do qual não há solução possível a não ser o corte de direitos, redução do valor dos benefícios e elevação de impostos. Essas idéias foram amplamente difundidas para a periferia do capitalismo e reformas privatizantes foram implantadas em vários países da América Latina.
Jornal da UFRJ: No Brasil, a concepção de crise financeira da Previdência vem sendo propagada insistentemente há mais de 15 anos. Os dados que você levantou em suas pesquisas contradizem as estatísticas do governo. Primeiramente, explique o artifício contábil que distorce os cálculos oficiais.
Denise Gentil: Tenho defendido a idéia de que o cálculo do déficitprevidenciário não está correto, porque não se baseia nos preceitos da Constituição Federal de 1988, que estabelece o arcabouço jurídico do sistema de Seguridade Social. O cálculo do resultado previdenciário leva em consideração apenas a receita de contribuição ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) que incide sobre a folha de pagamento, diminuindo dessa receita o valor dos benefícios pagos aos trabalhadores. O resultado dá em déficit. Essa, no entanto, é uma equação simplificadora da questão. Há outras fontes de receita da Previdência que não são computadas nesse cálculo, como a Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e a receita de concursos de prognósticos. Isso está expressamente garantido no artigo 195 da Constituição e acintosamente não é levado em consideração.
Jornal da UFRJ: A que números você chegou em sua pesquisa?
Denise Gentil: Fiz um levantamento da situação financeira do período 1990-2006. De acordo com o fluxo de caixa do INSS, há superávit operacional ao longo de vários anos. Em 2006, para citar o ano mais recente, esse superávitfoi de R$ 1,2 bilhões.
superávit da Seguridade Social, que abrange o conjunto da Saúde, da Assistência Social e da Previdência, é muito maior. Em 2006, o excedente de recursos do orçamento da Seguridade alcançou a cifra de R$ 72,2 bilhões.
Uma parte desses recursos, cerca de R$ 38 bilhões, foi desvinculada da Seguridade para além do limite de 20% permitido pela DRU (Desvinculação das Receitas da União).

VALORIZAÇÃO DOS POVOS TRADICIONAIS >> Tribo amazônica cria enciclopédia de medicina tradicional com 500 páginas

O xamã Matsés chamado Cesar. Foto: cortesia da Acaté
Texto originalmente publicado por Jeremy Hance no Mongabay
Em uma das grandes tragédias da nossa era, tradições, histórias, culturas e conhecimentos indígenas estão desfalecendo em todo o mundo. Línguas inteiras e mitologias estão desaparecendo e, em alguns casos, até mesmo grupos indígenas inteiros estão em processo de extinção. Isto é o que chama a atenção para uma tribo na Amazônia – o povo Matsés do Brasil e do Peru –, que criou uma enciclopédia de 500 páginas para que sua medicina tradicional seja ainda mais notável. A enciclopédia, compilada por cinco xamãs com a ajuda do grupo de conservação Acaté, detalha cada planta utilizada pelos Matsés como remédio para curar uma enorme variedade de doenças.
O xamã Matsés chamado Cesar. Foto: cortesia da Acaté
“A [Enciclopédia de Medicina Tradicional Matsés] marca a primeira vez que xamãs de uma tribo da Amazônia criaram uma transcrição total e completa de seu conhecimento medicinal, escrito em sua própria língua e com suas palavras”, disse Christopher Herndon, presidente e co-fundador da Acaté, em uma entrevista para o Mongabay (na íntegra abaixo).
Os Matsés imprimiram sua enciclopédia só em sua língua nativa para garantir que o conhecimento medicinal não seja roubado por empresas ou pesquisadores, como já aconteceu no passado. Em vez disso, a enciclopédia pretende ser um guia para a formação de jovens xamãs, para que eles possam obter o conhecimento dos xamãs que viveram antes deles.
“Um dos mais renomados e antigos curandeiros Matsés morreu antes de que seu conhecimento pudesse ser transmitido, então o momento era este. A Acaté e a liderança Matsés decidiram priorizar a enciclopédia antes de perder mais anciãos e seus conhecimentos ancestrais”, disse Herndon.
A Acaté também iniciou um programa para conectar os demais xamãs Matsés com jovens estudantes. Através deste programa de orientação, os indígenas esperam preservar seu modo de vida como o fizeram durante séculos.
“Com o conhecimento de plantas medicinais desaparecendo rapidamente entre a maioria dos grupos indígenas e ninguém para escrevê-los, os verdadeiros perdedores no final são tragicamente os próprios atores indígenas”, disse Herndon. “A metodologia desenvolvida pelos Matsés e pela Acaté pode ser um modelo para outras culturas indígenas protegerem seus conhecimentos ancestrais”.

UMA ENTREVISTA COM O MÉDICO CHRISTOPHER HERNDON
Chris Herndon (esquerda) e o xamã Arturo (direita), observam um rascunho da nova enciclopédia. Foto: Acaté
Chris Herndon (esquerda) e o xamã Arturo (direita), observam um rascunho da nova enciclopédia. Foto: Acaté
Mongabay: Por que a enciclopédia é importante?
Em um mundo que desestabiliza até mesmo as sociedades mais isoladas, o conhecimento tradicional está rapidamente desaparecendo
Christopher Herndon: A enciclopédia marca a primeira vez que xamãs de uma tribo da Amazônia criaram uma transcrição total e completa de seu conhecimento medicinal, escrita em sua própria língua e com suas palavras. Ao longo dos séculos, os povos da Amazônia têm repassado através da tradição oral uma riqueza acumulada de conhecimentos e técnicas de tratamento que são um produto de seus profundos laços espirituais e físicos com o mundo natural. Os Matsés vivem em um dos ecossistemas de maior biodiversidade do planeta e têm dominado o conhecimento das propriedades curativas das suas plantas e animais. No entanto, em um mundo em que a mudança cultural desestabiliza até mesmo as sociedades mais isoladas, este conhecimento está rapidamente desaparecendo.
É difícil pensar o quão rapidamente este conhecimento pode ser perdido após uma tribo fazer contato com o mundo exterior. Uma vez extinto, este conhecimento, juntamente com a auto-suficiência da tribo, nunca pode ser totalmente recuperado. Historicamente, o que seguiu logo da perda dos sistemas de saúde endêmicos em muitos grupos indígenas é a quase total dependência dos rudimentares e extremamente limitados serviços de saúde que estão disponíveis nestes locais remotos e de difícil acesso. Não surpreendentemente, na maioria dos países, os grupos indígenas têm as maiores taxas de mortalidade e doença.
Pela perspectiva dos Matsés, a iniciativa é importante porque a perda da cultura e o atendimento precário à saúde estão entre suas maiores preocupações. A pioneira metodologia para proteger e salvaguardar o seu próprio conhecimento pode servir como um modelo replicável para outras comunidades indígenas que enfrentam uma erosão cultural semelhante. Em termos mais amplos de conservação, sabemos que existe uma forte correlação entre os ecossistemas intactos e regiões habitadas por índios, o que torna o fortalecimento da cultura indígena uma das maneiras mais eficazes para proteger grandes áreas de floresta tropical.
Mongabay: Por que é agora o momento de se registrar esta informação?
Christopher Herndon: O conhecimento dos Matsés e a sabedoria acumulada através de gerações estava perto de desaparecer. Felizmente, restavam alguns poucos Matsés mais velhos, que ainda detinham o conhecimento ancestral, já que o contato com o mundo exterior só ocorreu na última metade do século. Os curandeiros eram adultos na época do contato inicial e já haviam dominado suas habilidades antes de que missionários e funcionários do governo lhes dissessem que elas não eram úteis. No momento em que o projeto começou, nenhum dos xamãs mais velhos tinha jovens Matsés interessados em aprender com eles.
Um dos mais renomados e antigos curandeiros Matsés morreu antes de seu conhecimento ser transmitido, então o momento era este. A Acaté e a liderança Matsés decidiram priorizar a enciclopédia antes de perder mais anciãos, com seus conhecimentos ancestrais. O projeto não tratava de salvar uma dança tradicional ou vestuário, mas da saúde deles e a das futuras gerações de Matsés. A aposta não podia ser maior.
Mongabay: Como é a enciclopédia?
Christopher Herndon: Após dois anos de intenso trabalho por parte dos Matsés, a Enciclopédia agora inclui capítulos escritos por cinco mestres curandeiros Matsés e tem mais de 500 páginas! Cada entrada é classificada pelo nome da doença, com uma explicação sobre como reconhecê-la pelos sintomas, a sua causa, quais plantas usar, como preparar o medicamento e opções terapêuticas alternativas. Uma fotografia feita pelos Matsés de cada planta acompanha cada entrada na enciclopédia.
A Enciclopédia é escrita para e desde uma visão de mundo do xamã Matsés, descrevendo como os animais da floresta estão envolvidos na história natural das plantas e conectados com as doenças. É uma verdadeira enciclopédia xamânica, totalmente escrita e editada por xamãs indígenas – a primeira, que conhecemos, de seu tipo e alcance.
Um xamã e seu aprendiz. Foto: Acaté
Um xamã e seu aprendiz. Foto: Acaté
Mongabay: Como você espera que esta enciclopédia possa ajudar os esforços de conservação?
Empoderar os povos indígenas é a abordagem mais eficaz e duradoura para a conservação da floresta tropical
Christopher Herndon: Acreditamos que empoderar os povos indígenas é a abordagem mais eficaz e duradoura para a conservação da floresta tropical. Não é por acaso que as extensões restantes intactas da floresta tropical na região neotropical estão sobrepostas às áreas habitadas por indígenas. Os povos tribais compreendem e valorizam a floresta porque são dependentes dela. Esta relação vai além de uma dependência utilitária; há uma ligação espiritual com a floresta, um senso de interconectividade que é difícil de se compreender por meio da mentalidade ocidental compartimentalizada – por mais que seja, no entanto, real.
Muitas das graves ameaças ambientais em áreas indígenas remotas de que você ouve falar no noticiário – petróleo, madeira, mineração e afins – são indústrias externas que oportunisticamente se aproveitam da enfraquecida coesão social interna dos povos indígenas de contato recente, de seus recursos limitados e da crescente dependência do mundo exterior. O tema unificador das três áreas programáticas da Acaté – economia sustentável, medicina tradicional, e agroecologia – é a autossuficiência. A Acaté não predetermina estas três prioridades de conservação; elas foram definidas em discussão com os anciãos Matsés que sabem que a melhor maneira de proteger sua cultura e terras é através de uma posição de força e independência.
A enciclopédia foi revisada e editada ao longo de diversos dias em um encontro dos chefes Matsés e xamãs mais velhos. Foto: Acaté
A enciclopédia foi revisada e editada ao longo de diversos dias em um encontro dos chefes Matsés e xamãs mais velhos. Foto: Acaté
Do ponto de vista de conservação global, os Matsés protegem mais de 3 milhões de acres [1,2 milhões de hectares] de floresta tropical só no Peru. Esta área inclui algumas das florestas mais intactas, biodiversas e ricas em carbono no país. As comunidades Matsés no lado brasileiro dos rios Javari e Yaquerana marcam as fronteiras ocidentais da reserva indígena do Vale do Javari, uma região quase do tamanho da Áustria, que contém o maior número de tribos 'sem contato', em isolamento voluntário, no mundo. Ao sul das margens do território Matsés, nas cabeceiras do rio Yaquerana, encontra-se La Sierra del Divisor, uma região de beleza natural impressionante, biodiversidade, e também grupos tribais isolados. Por estas razões, embora os Matsés somente cheguem a somar pouco mais de 3 mil pessoas no total, eles estão estrategicamente posicionados para proteger uma vasta área de floresta tropical e uma série de tribos isoladas. Empoderá-los é uma preservação de alto rendimento.
Mongabay: Você mencionou que a enciclopédia é apenas a primeira fase de uma iniciativa mais ampla da Acaté. Quais são os outros componentes necessários para manter os sistemas tradicionais de saúde deles?
Christopher Herndon: Completar a enciclopédia é um primeiro passo histórico e crítico para mitigar as ameaças existenciais para a sabedoria de cura e autossuficiência dos Matsés. No entanto, a enciclopédia sozinha não é suficiente para manter a autossuficiência, já que seus sistemas de saúde baseiam-se na experiência que só pode ser transmitida através de longos aprendizados. Infelizmente, devido a influências externas, quando começamos nosso projeto, nenhum dos xamãs tinha aprendizes. Ao mesmo tempo, a maioria dos povos ainda usa e depende do conhecimento de plantas medicinais dos curandeiros, muitos dos quais têm mais de 60 anos.
Na Fase II, o Programa de Aprendizes, cada xamã – muitos dos quais são autores de capítulos da Enciclopédia – será acompanhado na selva por Matsés mais jovens para conhecer as plantas e ajudar no tratamento de pacientes. O programa de aprendizado foi iniciado em 2014 na aldeia de Estirón sob a supervisão do xamã Luis Dunu Chiaid. Devido ao sucesso do projeto piloto em Estirón, os Matsés concordaram em unanimidade, em sua última reunião, que este programa deveria ser expandido para o maior número possível de aldeias, dando prioridade às que não têm mais curandeiros tradicionais.
O objetivo final da iniciativa é a Fase III – a integração e melhoria dos serviços de saúde do 'ocidentais' feita com práticas tradicionais. Wilmer, um promotor de saúde em uma pequena clínica em Estirón e um dos aprendizes do programa-piloto, serve de exemplo para outros Matsés que trabalham com saúde. Ele entende que o futuro da saúde do seu povo depende da criação de sistemas de saúde duais e vibrantes que permitam à comunidade aproveitar o melhor de ambos os mundos da medicina.
Além disso, foi decidido que o nosso trabalho agro-florestal deve ser expandido para incluir a integração com plantas medicinais. Este trabalho será baseado no bosque de cura criado por um dos principais xamãs curandeiros Matsés em Nuevo San Juan, agora mantido por seu filho, Antonio Jimenez. Para um estrangeiro, este bosque parece uma trecho comum de selva no caminho para as fazendas deles, a uns 10 ou 15 minutos de caminhada fora da comunidade. Na presença de um xamã conhecedor que indique quais são as plantas medicinais, você percebe na mesma hora que está cercado por uma constelação de plantas medicinais cultivadas pelos curandeiros Matsés para o tratamento de uma variada gama de doenças. Muitas vinhas e fungos da floresta não crescem em jardins expostos ao sol e requerem o ecossistema da floresta para a sua propagação. Colocar o bosque de plantas medicinais a 10 ou 15 minutos de distância da comunidade é um exemplo característico da eficiência do Matsés. Se você tem uma criança doente, não quer ter que viajar quatro horas para encontrar o remédio.
Aplicação de medicina tradicional dos Matsés. Foto: Acaté
Aplicação de medicina tradicional dos Matsés. Foto: Acaté
Mongabay: A enciclopédia foi escrita apenas na língua dos Matsés como proteção contra a bioprospecção e o roubo do conhecimento indígena. O medo da biopirataria é uma preocupação real para os Matsés?
Christopher Herndon: Infelizmente, a história está cheia de exemplos de roubo dos povos indígenas. Para os Matsés em particular a preocupação é muito real. As secreções da pele da rã Kambo (Phyllomedusa bicolor) são utilizadas pelos Matsés em seus rituais de caça. As secreções, ricas em uma variedade de peptídeos [pequenas proteínas] bioativos, são administradas diretamente no organismo em cortes frescos ou queimaduras. Quase imediatamente, as toxinas induzem intensas e autonômicas respostas cardiovasculares que levam a um estado alterado de consciência e acuidade sensorial muito maior.
A rã Kambo. Foto: Rhett A. Butler/Mongabay
A rã Kambo. Foto: Rhett A. Butler/Mongabay
Embora a rã Kambo esteja presente ao longo do norte da Amazônia, apenas os Matsés e um número reduzido de tribos vizinhas Panoan são conhecidos por usar suas secreções poderosas. Depois de se conhecer o uso das secreções pelo Matsés, pesquisas de laboratório sobre as secreções da rã Kambo revelaram um complexo coquetel de peptídeos com potentes propriedades vasoativas, narcóticas e antimicrobianas. Várias empresas farmacêuticas e universidades registraram patentes dos peptídeos sem reconhecimento ou benefício aos povos indígenas. Um destes peptídeos com atividade antifúngica foi até mesmo transgenicamente inserido em batatas.
A enciclopédia está escrita somente em Matsé e não haverá traduções para outras línguas
O medo da biopirataria é, infelizmente, uma porta que se abre para ambos os lados. Muitos grupos ambientalistas e cientistas têm realizado projetos na Amazônia documentando o conhecimento indígena da fauna local, como nome de aves, mas mantiveram-se à margem em relação às plantas medicinais, por medo de serem acusados de facilitar a biopirataria. No entanto, com o rápido desaparecimento dos conhecimentos sobre as plantas medicinais entre a maioria dos grupos indígenas e não sem ninguém para registrá-lo, tragicamente os verdadeiros perdedores ao final são os índios, os verdadeiros geradores desse conhecimento. A metodologia desenvolvida pelo Matsés e a Acaté deve ser um modelo para outras culturas indígenas conservarem seus conhecimentos ancestrais.
Mongabay: Qual é a metodologia da Acaté e como ela protege esse conhecimento?
Christopher Herndon: A Acaté e os Matsés desenvolveram uma metodologia inovadora para evitar a extinção de seu conhecimento ancestral sobre as plantas medicinais e ao mesmo tempo proteger as informações contra o roubo por grupos externos. A enciclopédia está escrita somente em Matsé. É por e para os Matsés e não haverá traduções para outras línguas. Não foram incluídos nomes científicos nem fotografias de flores ou alguma outra característica que possa facilitar a identificação das plantas por um estrangeiro.
Observando a nova enciclopédia. Foto: Acaté
Observando a nova enciclopédia. Foto: Acaté
Cada capítulo da Enciclopédia de Medicina Tradicional foi escrito por um veterano xamã renomado escolhido pela comunidade. Para cada xamã veterano foi designado um Matsés mais jovem, que durante meses registrou em forma escrita o conhecimento xamã e fotografou cada planta. Os textos e as imagens foram compilados e escritos no computador de Wilmer Rodríguez López, um Matsés que é especialista na transcrição escrita de sua língua.
Na reunião, a Enciclopédia compilada – um rascunho de mais de 500 páginas – foi revisada e editada coletivamente pelos xamãs das tribos por vários dias. Toda a enciclopédia está sendo formatada e impressa pelos Matsés sob a sua direção exclusiva, e nunca será publicada ou divulgada fora de suas comunidades.
Esperamos que o incontroverso sucesso desta metodologia iniciada pela Acaté e por nossos parceiros índios abra a porta para esforços semelhantes em toda a Amazônia e além. Já estamos vendo os esforços de outras organizações para replicar a metodologia.
Mongabay: Obviamente, o foco é preservar a cultura e o conhecimento Matsés, mas o seu conhecimento médico poderia teoricamente ajudar as futuras gerações ao redor do mundo. Existem condições específicas para que os xamãs Matsés e a população possam compartilhar seus conhecimentos sobre as plantas medicinais na Amazônia? Ou a confiança está destruída?
Christopher Herndon: A Acaté não pode falar pelos Matsés. Posso dizer que trabalhando com xamãs índios na Amazônia, eu tenho notado que eles são muito abertos a compartilhar o seu conhecimento, quando nos aproximamos com respeito. Eles também têm uma grande curiosidade intelectual sobre outros métodos de cura, incluindo o nosso.
Aldeia dos Matsés. Foto: Acaté
Aldeia dos Matsés. Foto: Acaté
Alguns dos medicamentos desenvolvidos pela humanidade, como a quinina e aspirina, foram desenvolvidos através do conhecimento de curandeiros tradicionais. Devido ao clima político e temores internacionais de biopirataria, mesmo para as empresas farmacêuticas que promovem a distribuição equitativa dos lucros, é um desafio participar de tais iniciativas. A complexidade do conhecimento indígena de plantas medicinais é tal que não é possível avaliar plenamente a fitoquímica dentro do prazo em que o conhecimento está prestes a ser perdido. A Enciclopédia, apesar de não ser desenhada para esse fim, mantém as opções abertas no futuro para os Matsés; um futuro que, em contraste com a maioria de seus precedentes históricos, será um de sua própria determinação.
Até a criação da enciclopédia o sistema tradicional de saúde Matsés estava prestes a desaparecer devido às influências do mundo exterior
Não devemos perder de vista que, até a criação da enciclopédia, o sistema tradicional de saúde Matsés estava prestes a desaparecer devido às influências do mundo exterior. Os Matsés vivem em áreas remotas onde a prestação de serviços de saúde é um desafio e limitada. As farmácias em muitas comunidades Matsés, particularmente as de mais longe, rio acima, são desprovidas dos medicamentos mais básicos, como remédios para tratar a malária, que veio de fora das comunidades. Os Matsés precisam pagar de seu bolso pelo medicamento que vem de fora, cujo preço é inalcançável para a maioria dos anciãos da comunidade que não têm nenhuma fonte de renda. O simples microscópio necessário para analisar o sangue e diagnosticar a malária estava quebrado em quase todas as comunidades que visitei. Em comparação, vivemos em um mundo que é abundante em cuidados de saúde. Se houver necessidade de dialogar, na minha opinião, isso deve começar com a resposta de como podemos apoiar os Matsés no presente, em vez de como eles podem nos ajudar no futuro.
Mongabay: Muita gente vê a medicina e a preservação da floresta como questões separadas. Como a saúde está ligada ao meio-ambiente?
Christopher Herndon: A saúde de um povo, sua cultura e meios-ambientes são indissociáveis. Não podemos pensar sobre as condições deprimentes de saúde e a situação socioeconômica no Haiti sem considerar o contexto de que 98% deste país que ocupa a metade de uma ilha foi devastado e, assim, o seu potencial futuro também foi destruído. A fronteira entre o Haiti e a República Dominicana pode ser claramente vista a partir de imagens de satélite como uma transição abrupta do marrom ao verde, como o resultado de diferentes formas de uso dos recursos naturais. Da mesma forma, as imagens da Etiópia que existem na consciência moderna baseiam se no fato de, que há apenas 100 anos, a Etiópia era um país com uma significativa cobertura florestal.
Clínica em aldeia Matsés. Os Matsés usam tanto a medicina tradicional como a ocidental, mas suprir e manter as clínicas remotas é difícil. Foto: Acaté
Clínica em aldeia Matsés. Os Matsés usam tanto a medicina tradicional como a ocidental, mas suprir e manter as clínicas remotas é difícil. Foto: Acaté
O futuro dos Matsés e a sua cultura estão eternamente ligados ao futuro de suas florestas. Ao proteger as florestas e reforçar sua cultura, a saúde deles é protegida contra um futuro carregado de diabetes, desnutrição, depressão e alcoolismo – a segunda onda de doenças 'importadas' que normalmente acontece em comunidades indígenas após algumas gerações depois do contato com o mundo exterior. Visto desta forma, iniciativas de conservação biocultural seriam extremamente rentáveis e podem ser abordagens preventivas de saúde.
Mongabay: Como a enciclopédia pode ajudar a preservar a cultura Matsés?
A iniciativa da enciclopédia restaura o respeito pela sabedoria dos mais velhos
Christopher Herndon: Uma mudança radical começa muitas vezes com algo tão simples e tão poderoso como uma ideia. A ideia de que a sua cultura, as suas tradições e seu estilo de vida não são inferiores ou algo para se envergonhar, como outros talvez já lhe tenham dito. A ideia de que a selva, que você chamar de lar, tem um valor infinitamente maior do que reservas de petróleo ou de mogno para produzir mobiliário de luxo. A ideia de que o seu conhecimento e familiaridade com a floresta não faz o torna primitivo ou atrasado, mas o coloca à frente do movimento global de conservação. A enciclopédia é o primeiro passo concreto para a formação de uma ponte para vencer a lacuna cada vez maior entre gerações, antes que seja tarde demais. A iniciativa da enciclopédia restaura o respeito pela sabedoria dos mais velhos e devolve a selva como um repositório de saúde e um lugar para aprender.
Um xamã mostra a Herndon as plantas medicinais. Foto: Acaté
Um xamã mostra a Herndon as plantas medicinais. Foto: Acaté
Mongabay: A enciclopédia foi completada e terminada em uma reunião de líderes Matsés vindos de todo seu território e antigos xamãs das tribos. Como foi o clima naquela reunião?
Christopher Herndon: Esta reunião sem precedentes foi realizada em uma das aldeias mais remotas do território Matsés. É extremamente difícil descrever em palavras a emoção sentida por todos os participantes quando os líderes Matsés mais antigos falaram de batalhas que eles lutaram – literalmente – para defender o território Matsés e seu modo de vida. Muitos deles tiveram de conter as lágrimas enquanto um ancião após o outro convidava os jovens a aproveitar esta oportunidade para preencher a lacuna que será deixada por eles quando morrerem, assim como eles fizeram quando seus avós estavam vivos. Eu trabalho na conservação biocultural na Amazônia há 15 anos, mas esta foi uma das mais inspiradoras experiências, para se ouvir o poder da oratória deles e determinação em suas vozes. É facilmente perceptível que os Matsés são guerreiros de coração, que lutaram por um longo tempo para proteger suas terras e que eles continuarão lutando.
– Esta entrevista foi traduzida do original em inglês por Giovanny Vera e Laura Kurtzberg e revisada por Stefano Wrobleski, do InfoAmazonia.